Atlético-MG enfrenta frustrações em 2024 com perda de títulos e luta contra o rebaixamento
O Atlético-MG viveu uma temporada turbulenta em 2024. Apesar de ter alcançado duas finais importantes – a Copa Betano do Brasil e a Libertadores da América –, o clube não conquistou nenhum título e, além disso, brigou para escapar do rebaixamento até a última rodada do Campeonato Brasileiro. O cenário caótico culminou na saída do técnico Gabriel Milito, uma decisão que trouxe à tona reflexões sobre a cultura do futebol brasileiro e as responsabilidades compartilhadas entre elenco e comissão técnica.
Um ano de expectativas frustradas e lutas inesperadas
O Atlético-MG começou a temporada de 2024 com grandes esperanças. A chegada de Gabriel Milito, técnico reconhecido pelo seu trabalho na América Latina, trouxe otimismo para o elenco e para a torcida. O planejamento ambicioso da diretoria visava recolocar o time entre os melhores do continente, mas o que se viu foi uma sucessão de eventos frustrantes:
- Copa Betano do Brasil: A equipe chegou à final após uma campanha sólida, mas sucumbiu nos momentos decisivos, falhando em erguer o troféu.
- Libertadores da América: Mais uma vez finalista, o Atlético viu o sonho continental escapar por detalhes, alimentando a frustração de jogadores e torcedores.
- Campeonato Brasileiro: O que começou como uma tentativa de recuperação após as derrotas nas finais rapidamente se transformou em um pesadelo, com o clube lutando contra o rebaixamento até a rodada final.
Cultura do futebol brasileiro: vilão ou realidade inevitável?
Durante entrevista recente, Gustavo Scarpa foi direto ao apontar a cultura do futebol brasileiro como um fator determinante na saída de Gabriel Milito. No Brasil, a responsabilidade pelas derrotas muitas vezes recai exclusivamente sobre o treinador, mesmo quando os problemas são mais profundos.
“Culturalmente, não via uma saída, a não ser que a gente tivesse sido campeão de alguma copa. Porém, nós jogadores temos consciência que uma parcela muito grande do que vem acontecendo é nossa, não podemos deixar só cair sobre o treinador. Isso foi muito conversado entre a gente. Está todo mundo muito de acordo com isso. Infelizmente, acabou sobrando para o Milito,” destacou Scarpa.
Os bastidores da saída de Milito
Gabriel Milito chegou ao Atlético-MG como um símbolo de renovação, implementando uma filosofia baseada em posse de bola e organização ofensiva. Porém, a diretoria esperava resultados imediatos, e as derrotas nas finais pesaram no julgamento do trabalho. O desempenho fraco no Brasileirão, com o time lutando contra o rebaixamento, tornou a saída inevitável.
Scarpa pede autocrítica: a responsabilidade do elenco
Scarpa também fez questão de enfatizar que a culpa não pode ser atribuída apenas ao treinador:
“Independente do treinador que chegue, se a gente não fizer nossa parte, vai sobrar para outro treinador. É difícil encontrar palavras. Não fizemos o suficiente para ser campeão,” admitiu o jogador.
Essa autocrítica rara no futebol brasileiro mostra a maturidade do elenco, mas também serve como alerta: os problemas do Atlético vão muito além da troca de comando técnico.
O futuro do Atlético-MG: aprendizado ou repetição?
Para 2025, a diretoria busca um novo treinador e planeja uma reformulação do elenco. Jogadores experientes e líderes devem ser priorizados para corrigir problemas de postura e consistência em campo. No entanto, a solução dependerá do alinhamento entre diretoria, elenco e comissão técnica.
Conclusão: um desafio além das quatro linhas
O Atlético-MG tem uma escolha a fazer: aprender com os erros de 2024 ou repetir o ciclo de instabilidade. A saída de Gabriel Milito e as críticas de Gustavo Scarpa deixaram claro que a mudança precisa ser profunda, indo além de trocas técnicas. Com planejamento, autocrítica e paciência, o clube pode reconstruir sua identidade e voltar a brigar por títulos.